07/08/2018
Qual empresário nunca ouviu a frase “É preciso investir em marketing”? Parece um questionamento óbvio, mas será que o conceito de marketing está mesmo claro para a maioria das pessoas que empreende?
Em primeiro lugar, o marketing lida com a identificação e o atendimento das necessidades humanas e sociais. É tarefa das empresas reconhecer e oferecer produtos e serviços que atendam a tais necessidades. Para perseguir seus objetivos, a administração de marketing se utiliza de um mix de ferramentas denominado “4 P’s”, que envolve o produto (solução para o cliente), o preço (custo para o cliente), a promoção (comunicação) e a praça (conveniência). Embora o composto de marketing seja amplo, envolvendo desde o desenvolvimento do produto até a logística de entrega e o pós-venda, neste artigo enfatizaremos a comunicação das empresas (“P” de “Promoção”).
O marketing sempre teve como ponto de partida o consumidor, mas sua história apresenta uma evolução ao longo dos anos para acompanhar as mudanças nos mercados e no comportamento de compra das pessoas. Cada fase do marketing representa uma evolução do olhar empresarial sobre o consumidor e todas apresentam elementos de fundamental importância para o sucesso corporativo. Confira cada uma das fases, com base na teoria e prática de Philip Kotler (considerado o Pai do Marketing), e o que aprender com elas:
Trata-se do início da era industrial em que o objetivo era vender produtos de fábrica a todos que quisessem comprá-los. Buscava-se a padronização e o ganho em escala para ofertar itens por um menor preço e atingir o maior número possível de compradores. Um exemplo foi a visão de marketing de Henry Ford para o Modelo T: “O carro pode ser de qualquer cor, desde que seja preto”. Ou seja, não havia atendimento a necessidades individuais e o marketing era centrado no produto.
Lição do Marketing 1.0: Apesar do conceito negativo de escala, primava-se por qualidade. Todo cuidado e atenção no desenvolvimento de seus produtos e serviços é importante, bem como a racionalização dos recursos empregados para a produção. Tais conceitos contribuem para a saúde e longevidade do negócio. É válido, ainda, o investimento em design e embalagens para quem trabalha com produtos e em uniformes e instalações físicas para quem trabalha com serviços.
Chegou o momento em que o público consumidor se tornou mais diversificado e bem informado, capaz de comparar diferentes ofertas de produtos e serviços. “O cliente é rei” passou a povoar a mente do empresariado, que se esforçou para entender e atender não apenas necessidades, mas desejos, chegando ao coração e à mente de públicos segmentados. No entanto, é empregada uma abordagem na qual os clientes são ainda um alvo passivo da comunicação.
Lição do Marketing 2.0: Entender o público-alvo através de pesquisas de mercado foi um grande passo para a evolução da relação entre empresas e consumidores. As pesquisas, sejam formais ou informais, são um excelente ponto de partida para a tomada de decisão. O empreendedor deve se questionar se o que pretende ofertar é de fato vendável ou se visa satisfazer um sonho pessoal de trabalhar em determinado ramo ou com um certo produto. Não se deve desistir de um sonho, mas talvez seja necessário adequá-lo à realidade do mercado.
É o marketing voltado para os valores, consciente de que as pessoas não são meros consumidores, mas seres humanos plenos, com mente, coração e espírito. Agora, as pessoas buscam empresas que, além de atender suas necessidades, contribuam para um mundo com mais justiça social, econômica e ambiental. Tais ideais não devem ser expressos apenas nos textos de missão, visão e valores, mas em ações concretas. Trata-se do marketing do espírito humano, que oferece respostas e esperança.
Lição do Marketing 3.0: Oferecer produtos e serviços de qualidade, além de um atendimento impecável, devem ser hoje premissas básicas de qualquer negócio. É preciso ir além. O consumidor deseja interagir e se identificar com os valores da empresa e comprar de alguém que contribua para a sociedade, seja valorizando a equipe interna, seja se engajando em iniciativas sociais, como campanhas do agasalho ou em prol do meio ambiente.
Neste momento, passamos do tradicional ao digital. O consumidor se encontra online em quase todas as fases do processo de aquisição de produtos e serviços, com pouco tempo para absorver informações. É preciso que o empresário esteja agora presente em cada uma das etapas do funil de compra e que as marcas sejam inclusivas, estejam lado a lado com os consumidores e permitam o compartilhamento da experiência de compra.
Lição do Marketing 4.0: É hora de humanizar sua marca, aproximando-a do cliente como uma parceira e amiga. O marketing de conteúdo é excelente para participar da jornada pela qual o consumidor passa na era digital: um post nas redes sociais pode apresentar uma necessidade que seu produto atenda, um artigo num blog pode esclarecer o valor do produto e causar interesse, a seção de comentários no seu e-commerce pode servir de referência e aconselhamento, uma promoção com um botão call-to-action num anúncio do Google pode levar o consumidor a efetuar a compra e um excelente pós-venda pode torná-lo um defensor de sua empresa.
Voltamos à pergunta inicial: “É preciso investir em marketing?” Sim! Agora a nova pergunta: Por onde começar? Certifique-se de estar apoiado por profissionais que têm formação em marketing e aplicam seus conceitos em todas as ações de propaganda de sua empresa, seja um cartão de visita, um folder institucional, um website ou animação em vídeo. Você perceberá a diferença nos resultados!
Autora: Michelle Piereti Rodrigues
Fundadora e sócia da PieReti Propaganda & Marketing, é publicitária com MBA em Marketing pela Fundação Getúlio Vargas. É designer gráfico e web, com formação pela Impacta Tecnologia, certificada em Fundamentos de E-Commerce pela UniBuscapé e em Google Adwords. É consultora com foco em Marketing Digital.
| Home